3 de Outubro de 1952. Depois dos Estados Unidos (1945) e da União Soviética (1949), é a vez do Reino Unido anunciar a sua chegada ao clube muito selecto dos países detentores da arma nuclear. Se os ensaios iniciais de americanos e soviéticos se pautaram pelo secretismo, este dos britânicos será o primeiro de um novo género, os que, ao contrário, são anunciados com a maior estridência possível. Assim o farão também os franceses, os chineses, os indianos,... até aos ensaios daquele senhor que vai a um barbeiro esquisito. A importância da posse da arma nuclear deixara de ser uma questão exclusivamente militar para se tornar progressivamente cada vez mais uma questão política.
É o sentido do que se pode ler na primeira página do Diário de Lisboa daquele dia, opiniões que não poderiam estar mais em consonância com o recado que a embaixada britânica pretenderia fazer passar naquela ocasião. Os pormenores mais técnicos - o ensaio havia tido lugar num arquipélago da Austrália Ocidental, a potência alcançada pelo engenho fora de 25 kton (a equivalente aos primeiros ensaios de americanos e soviéticos) - foram remetidos para a última página do jornal, e podem também ser acompanhados no vídeo abaixo. Mas o fundamental era que "A Grã Bretanha quere voltar a ter um lugar de predomínio na direcção da política mundial".
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