1 de Outubro de 1972. Esta é a actuação de Demis Roussos representando o seu país (Grécia) na final do VII Festival Internacional da Canção que teve lugar no Rio de Janeiro. A canção chama-se «Velvet Mornings», é cantada em inglês, e viria a registar um sucesso de vendas internacional. Constata-se que o público brasileiro adere com facilidade a um refrão que fica no ouvido - «Triki Triki». O ambiente faz até lembrar, pela alegre anarquia barulhenta, a cena da votação da destituição do presidente Collor no parlamento de Brasília dali por 20 anos, que aqui recordei anteontem. À sua maneira, a destituição de um presidente brasileiro é um festival! Mas a canção não ganhou, ficou em 3º lugar....
A vitória foi para a canção norte-americana intitulada «Nobody Calls Me Prophet», interpretada por um cantor canadiano chamado David Clayton-Thomas. Infelizmente não encontrei o vídeo da actuação para perceber as razões para que o júri a tivesse preferido entre as concorrentes. A canção não aparece sequer referida na página da wikipedia do cantor. E ouvindo a canção, creio que o leitor compreenderá as razões do meu cepticismo quanto à objectividade dos critérios de selecção dos jurados daquele certame.
Tanto mais constatando que, aqui num assomo de parcialidade patriótica, numa fase anterior a canção portuguesa já havia sido afastada com injustiça. Tratava-se de «Maria Vida Fria», cantada por Paulo de Carvalho. Como prémio de consolação, o desprestígio que caiu sobre o certame terá sido tal, que o VII foi o último festival internacional da canção. Com tanta manipulação, e tão descarada, já não terá havido condições para haver um VIII em 1973.
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