29 de Setembro de 1992. Ocorre a votação da destituição do presidente Fernando Collor de Mello na Câmara de Deputados do Brasil. Foi, como se pode observar acima, um processo bastante animado. Eu desconfio que no Brasil existe mais circunspecção, solenidade e decoro a votar na escola de samba que ganhará o desfile do Carnaval do Rio de Janeiro do que em votar na destituição (ou não) do presidente da República em Brasília. Apesar do aspecto algo carnavalesco deste último. A cena do vídeo assinala o momento em que se totalizou o 336º voto, correspondente a ⅔ do total de deputados necessários para que a proposta avançasse. No final da contagem deu 441 votos a favor da destituição e 33 contra, mas a alegria a que assistimos, por muito exuberante que seja, é extemporânea, já que esta mesma proposta só produziria eficácia quando fosse votada (e aprovada por outra maioria qualificada equivalente) na outra câmara legislativa brasileira, o Senado, e isso só virá a ter lugar dali por 3 meses (30 de Dezembro). Só aí é que Collor se demitirá para não ser formalmente destituído. Mas o Brasil é a maior potência mundial das celebrações, haja ou não razão para celebrar. Vamos confirmar isso nestas próximas eleições presidenciais, recuperando aqui o aspecto que os dois principais candidatos tinham naquela época. Bolsonaro já era deputado federal (vêmo-lo abaixo a votar a favor da destituição de Collor) enquanto Lula já fora deputado federal, mas renunciara em Fevereiro de 1991 (enquanto candidato presidencial derrotado precisamente por Collor, o sentido da sua opinião era por demais evidente).
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