30 de Setembro de 1962. As imagens acima foram provocadas pela inscrição do primeiro estudante negro na Universidade do Mississippi. Legalmente podia fazê-lo mas anteriormente, e por três vezes, James Meredith, um veterano da Força Aérea de 29 anos, tentara inscrever-se, mas fora fisicamente impedido de o fazer, com a anuência do próprio governador do estado, que se mostrava ostensivamente contrário à política federal de integração racial. Dessa vez, o futuro aluno ia inscrever-se acompanhado e escoltado por 540 agentes federais(!) para lidar com as objecções. Mesmo assim, o contingente acabou por não dissuadir os desacatos. Os estudantes segregacionistas locais, reforçados com activistas vindos do exterior, atiraram cocktails molotov e dispararam sobre os agentes de protecção e os jornalistas que cobriam os acontecimentos. Morreram duas pessoas, um repórter francês e um local. O presidente Kennedy accionou a guarda nacional do próprio Mississippi numa manifestação de força e numa manobra dúplice, já que obrigava as próprias autoridades locais a reprimirem a insurreição que, por seu lado, estavam a fomentar discretamente. James Meredith acabou por se inscrever e começou até as suas aulas no dia seguinte. Em 1968, seis anos depois dos acontecimentos acima, havia cerca de uma centena de estudantes negros a estudar naquela universidade. Actualmente (ano lectivo 2019/20) representam cerca de ⅛ do total. Mesmo assim, é uma percentagem muito inferior aos 37% de população de ascendência africana do Mississippi.
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