19 setembro 2022

ELEGÂNCIA CONCISA E HONESTA

O antigo presidente norte-americano, Bill Clinton, durante uma entrevista que ele deu ontem ao canal CNN, foi de uma elegância concisa quando questionado sobre o antigo procurador Kenneth Starr, que faleceu recentemente, e que se havia celebrizado pelo dito Escândalo Lewinsky, desencadeado por um perjúrio do próprio presidente Clinton em 1998, quando, investigado inicialmente por eventuais irregularidades completamente diferentes, acabara questionado a respeito das suas actividades sexuais com uma estagiária da Casa Branca. Essencialmente e a respeito do falecido, Clinton limitou-se a responder que «havia lido o obituário (de Starr), e que se apercebera o quanto a sua (dele) família o amava, o que é sempre qualquer coisa pela qual se deve estar grato. Quando a vida de alguém acaba, é o que há para dizer», rematou. Seco e sincero. Mas elegante. De nada interessaria mostrar os escândalos e as contradições do resto da carreira do defunto. Quem se houvesse interessado pela sua consistência moral, conheceria o percurso posterior de Starr, que viria a passar ainda, com um requinte patético, por integrar a equipa de defesa de Donald Trump no processo de impeachment equivalente ao que ele desencadeara contra Bill Clinton! (Em suma, quanto menos se disser sobre a verticalidade ética de Starr, tanto melhor...) Nestes tempos em que há tanta gente a dizer coisas, com total falta de estilo e sem qualquer preocupação com a própria coerência, há que fazer estas notas assinalando devidamente estes episódios de concisão elegante... e honesta. Tornaram-se raros!

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