07 setembro 2022

A MONTRA, O RODAPÉ E OS BASTIDORES DE UM GRÁFICO MANIPULADO

O gráfico que acima insiro aparece publicado hoje no jornal Público. O gráfico é parte da transposição traduzida de um relatório publicado anteontem por uma Open Society FondationsGostaria de convidar o leitor a analisar com algum detalhe o conteúdo do gráfico, que creio auto-explicativo. Isso é a montra. Mas gostaria também de levar o leitor a prestar atenção à nota de rodapé que destaquei, dando conta que o questionário não pôde ser realizado em dois países: Arábia Saudita e Egipto. É uma nota de rodapé que, se esclarece um aspecto marginal do inquérito, abre as portas a que se levantem dúvidas a um aspecto muito mais central: se não falam expressamente dela(s), porque é que foi decidido que o inquérito não fosse feito na Rússia? E porque é que não foi feito na China? Afinal a Rússia é, com a Ucrânia (que lá consta), um dos dois beligerantes e aquele em que a auscultação da sua opinião pública faria mais sentido consultar. Por outro lado, a omissão da China destaca-se pela ausência, numa lista onde constam todos os outros grandes países do Mundo. Eu posso desconfiar o que é que os autores deste relatório querem que se conclua com estas duas exuberantes omissões, mas gostaria de assinalar que um gráfico manipulado é um gráfico manipulado, independentemente do sentido em que o é será ou não da minha simpatia. 

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