Em primeiro lugar, não foi durante semanas, foi durante anos. Em segundo lugar, os horrores que se disseram não foi sobre a democracia americana, foi sobre a conduta do seu mais alto representante, Donald Trump. E em terceiro lugar, no fim do dia, a democracia funcionou APESAR de Donald Trump. Só se sente (e faz sentido mencionar) o PODER das instituições quando elas têm que se IMPOR AOS ACTORES POLÍTICOS em casos como este, em que eles haviam expresso a intenção de subverter as suas regras.
E, mais uma vez, assim se constatam os esforços porfiados de José Manuel Fernandes para evitar falar do comportamento desprezível de Trump, escapando-lhe, neste caso, a lógica de, na sua argumentação, para tentar "tapar a cabeça", acaba por "destapar os pés"... Vigarice...
Comentário em adenda: Desde há mais de quarenta anos que acompanho as eleições presidenciais na América e nunca, até agora, se havia dado qualquer importância àquilo que não passava de um mero acto administrativo: a formalização da eleição presidencial através dos 538 eleitores cujos votos haviam ficado comprometidos em consequência dos resultados eleitorais. É uma cerimónia tão enfadonha (e extensa) que nem as próprias televisões americanas se interessam por ela. Olhando para a notícia abaixo estou apostado em prever que, desta vez, a vão transmitir, só porque Donald Trump disse o que disse. Parece que o jornalismo em peso reduz a sua inteligência à estupidez de Trump, incapaz de o criticar por ele, como uma criança mimada mas sobretudo estúpida, não saber distinguir entre a substância e a forma.
Sem comentários:
Enviar um comentário