O jornal brasileiro Folha de S. Paulo levantava a questão, ainda antes das eleições presidenciais americanas, daquilo que agora se está a presenciar: que Donald Trump se recusaria a aceitar a derrota eleitoral que sofreu. Contudo houve muitos mais presidentes daquele continente que se recusaram a aceitar a todo o transe o abandono do poder, havendo mesmo os casos extremos e díspares, de Getúlio Vargas no Brasil em 1954 e também de Salvador Allende no Chile em 1973, que se suicidaram quando confrontados com essa inevitabilidade (abaixo).
Casos díspares porque, para além dos 19 anos que separam os dois acontecimentos e de terem ocorrido em países distintos, Getúlio e Allende até eram originários de áreas políticas opostas. Mas nestes casos, mais do que a ideologia, o que contribuirá verdadeiramente para o desfecho trágico será o carácter dos protagonistas. Mas, por outro lado, aquelas duas tragédias aconteceram precisamente nos respectivos palácios presidenciais, o Catete e La Moneda. Não estranho que Donald Trump faça uma cena parecida na Casa Branca. Porém, significativo do conceito em que o têm, não imagino, sequer, que alguém conceba a hipótese de o ver suicidar-se...
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