25 novembro 2020

A BATALHA DO RIO CH'ŎNGCH'ŎN

25 de Novembro de 1950. As tropas chinesas enviadas para a Coreia desencadeiam uma ofensiva ao longo do vale do rio Ch'ŏngch'ŏn, que corre sensivelmente a 80 km a sul do rio Yalu que define a fronteira entre os dois países (veja-se acima, à esquerda). À medida que progrediam para Norte, desbaratando e perseguindo o exército norte-coreano, desde o mês anterior que os serviços de informações do exército ao serviço das Nações Unidas tinham vindo a acumular indícios da presença crescente de tropas chinesas em território coreano. Este indicador de precaução colidia com a agenda política interna (norte-americana) do comandante do contingente da ONU, o general MacArthur. Este, numa das suas famosas tiradas políticas para consumo doméstico, prometera que as operações estariam terminadas antes do Natal: o slogan era «Home by Christmas» (em casa pelo Natal), referindo-se sobretudo aos norte-americanos. E a propaganda reflectia essa confiança: o Diário de Lisboa do dia em que a ofensiva chinesa começou (abaixo) noticiava «100.000 americanos e sul-coreanos» a «progredir» «excedendo os planos previstos» e já se antecipava aquilo que fazer depois: «Ocupação militar ou zona desmilitarizada?» Tanta arrogância foi desbaratada no terreno em cerca de uma semana por cerca de 230.000 chineses nesta batalha do rio Ch'ŏngch'ŏn. Sobre as consequências militares e políticas de tal desaire teremos ocasião de as analisar em posteriores evocações.

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