16 de Novembro de 1870. 191 dos 311 deputados presentes nas Cortes Espanholas votam pelo candidato Amadeu de Saboia, como solução para a prolongada crise política e dinástica em que o país mergulhara, após a deposição de rainha Isabel II em Setembro de 1868. A segunda solução mais votada - 60 votos - foi a constituição de uma República Federal e um príncipe francês, António de Orleães, duque de Montpensier, ficou em terceiro lugar com 27 votos. O novo rei de Espanha tinha 25 anos, era o segundo filho mais velho do rei de Itália, Vítor Emanuel II, e o que dele se esperava é que fosse o catalisador da resolução de um impasse político complexo em que caíra a Espanha. Era uma época em que se acreditava, porventura ingenuamente, na existência de uma casta régia que podia fornecer monarcas preparados para os países recém constituídos (Bélgica, Grécia, Roménia, Bulgária) ou então casos como este espanhol, em que a titular (Isabel II) não se mostrara à altura da dignidade. Correu mal. O reinado durou pouco mais de dois anos em que o rei não deixou de ser considerado aquilo que era: um italiano num trono espanhol, e esse facto conseguiu ser um denominador comum à oposição política. Durante esses dois anos houve seis governos. Em 19 de Julho de 1872 tentaram assassiná-lo. E seis meses depois, a 11 de Fevereiro de 1873, abdicou. Passou o resto da sua vida em Itália, bem mais tranquilo.
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