Entre as várias perguntas do barómetro da Eurosondagem do passado mês de Maio, figurava esta, a respeito da aplicação do Acordo Ortográfico. A pergunta em si não é muito pertinente: faz depender a nossa decisão daquela que for a decisão de terceiros, quando o que devia e podia ser perguntado era a opinião do entrevistado, independentemente da que fosse a daqueles terceiros. Mas, esqueçamos isso, que a resposta parece ser robustamente inequívoca, nada daqueles +0,5% ou -0,3% das indecisões estatísticas de onde depois os cabeçalhos de notícia procuram extrair vitórias claras e certas, aqui a certeza é robusta pois, entre os que manifestam opinião, a proporção é de 2 para 1 pela rejeição do Acordo Ortográfico. Fica por fazer a pergunta sequente e consequente, que ficará decerto para o próximo barómetro, o deste mês, pergunta a colocar já não às pessoas vulgares, mas a outras, com capacidade de decisão, que não consigo aqui identificar: quem é que não quer que a opinião popular (que se expressa maciçamente num certo sentido) seja tida em conta para a resolução de vez do problema do Acordo Ortográfico?
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