Quando ele começou, há mais de vinte e cinco anos, a palavra lobista ainda quase não se empregava em Portugal e Mário Nogueira também se preparava para dedicar ao mesmo ramo, deixando definitivamente de ter qualquer contacto com alunos. Hélder Pedro, o secretário-geral da ACAP não tem o apoio do PCP, mas o de alguém terá, para também se ter mantido consistentemente nas notícias, a repetir a mesma coisa ao longo deste último quarto de século. E, quando se presta atenção às suas palavras, fica claro o que o move no meio das várias actividades associadas ao automóvel em Portugal: é o comércio automóvel, tipificado pelo vulgar vendedor do stand. Para o sector da reparação, existe uma associação rival, a ANECRA, que representará melhor os mecânicos e bate-chapas, já que estes andam mais sujos. Quanto à terceira vertente, a industrial, o desdém é ao contrário, são os construtores como a Renault ou a Volkswagen que não entregam a defesa dos seus interesses a lobistas locais. Hélder Pedro não convoca greves de vendedores (nem tem poderes para tal), nem é objecto de cartazes de juventudes irreverentes, mas não deixa de constituir o outro lado do espelho de uma actividade que, em Portugal, tem o inconveniente de se renovar muito lentamente, demasiado. Mas que continua a produzir e a obter resultados, mesmo com as velharias de sempre: o Observador empresta as suas páginas on-line a Hélder Pedro para ele vender o seu peixe, e depois designa aquilo por entrevista.
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