02 junho 2016

DA SUAVE CHEGADA À LUA DA SURVEYOR 1 ATÉ À IMPROVÁVEL CHEGADA SUAVE À LUA DE TOMMY LEE JONES


Hoje completam-se cinquenta anos que a sonda norte-americana Surveyor 1 realizou uma aterragem suave na superfície lunar. Aparentemente e neste caso concreto, o programa espacial da NASA parecia estar precisamente quatro meses atrasado em relação ao programa espacial da União Soviética: antes da Surveyor 1, já a sonda soviética Luna 9 cometera aquela mesma proeza a 3 de Fevereiro de 1966. Porém, como em muitas outras coisas que acontecem mediaticamente, estas eram apenas as aparências. As fotografias da Luna 9 (acima) e da Surveyor 1 (abaixo) podiam distinguir-se pela definição, mas as distinções mais importantes ou eram segredo ou então pouco importavam para quem noticiava: a Surveyor 1 transportava duas câmaras de televisão que a Luna 9 não tinha, entre muito outro equipamento que fazia com que a Surveyor 1 pesasse três vezes mais do que a Luna 9 e estivesse programada para uma duração bem superior: a Luna 9 deixou de transmitir ao fim de três dias, a Surveyor 1 durou sete meses. Por detrás das aparências destinadas às opiniões públicas, já se consolidava o desfecho da Corrida à Lua de Julho de 1969.
Mas se aqui evoco esta chegada suave da Surveyor 1 à Lua em 2 de Junho de 1966 é também para a associar a um dos melhores fins de filme de que me lembro, em Space Cowboys, filme realizado por Clint Eastwood em 2000. Quem estiver interessado que leia uma síntese da história, mas o que importa é que a história culmina com uma jornada heroica mas suicida e pouco canónica de um astronauta veterano (papel desempenhado por Tommy Lee Jones) em direcção à Lua, onde estivera programado ir, mas que não se concretizara pelas clássicas razões de contenção orçamental. O toque de mestria da cena é a banda sonora, constituída pela canção Fly Me to the Moon  cantada por Frank Sinatra, o que confere ao filme, em retrospectiva, uma leveza que nos leva a perdoar a incongruência científica de o vermos, a Tommy Lee Jones, a chegar à Lua ainda vivo, caído do Céu e sem lhe acontecer qualquer coisa má, como decerto terá acontecido a todas as outras sondas que se espatifaram na superfície lunar antes da Luna 9 e da Surveyor 1.

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