O Brexit venceu, mas 16 milhões de britânicos preferiam continuar na UE. Dá que pensar.
Esta frase é o parágrafo inicial de um comentário aos resultados do referendo britânico publicado aí pela rede. Eu não sei o que levará cada indivíduo a pensar ou a, pelo contrário, deixar o seu raciocínio em descanso. O que posso constatar são os factos e, numa eleição cerrada num país da dimensão do Reino Unido, perdem-se eleições, mesmo recebendo muitos milhões de votos. É natural que assim aconteça. Em França, que tem uma dimensão populacional parecida com a do Reino Unido (66 e 64 milhões de habitantes, respectivamente), os candidatos presidenciais recebem um volume de votos semelhante a esse, mesmo - ou sobretudo... - os que são derrotados: Nicolas Sarkozy venceu as eleições de 2007 recebendo 19 milhões de votos e perdeu as de 2012 por ter recebido apenas 17 milhões. Não sei se os resultados dessas duas eleições também tinham dado que pensar a quem ficou acima a pensar nos resultados dos perdedores do referendo britânico. Pode não ter pensado. Só agora lhe deu para isso. Seja como for, o meu desejo é que os seus pensamentos valorizassem de forma equitativa os 17 milhões de britânicos que preferiram sair da UE. Dá ligeiramente mais que pensar. E, por tanto pensar, pomo-nos a pensar que tem vezes que a Democracia é lixada mas que isso não terá a ver com os muitos milhões de votos que os derrotados conseguiram alcançar, tem a ver com a aceitação íntima de que a nossa opinião foi derrotada pela vontade da maioria dos nossos concidadãos.
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