Há uma dúzia de anos, por ocasião da crise das dívidas públicas da zona euro, as opiniões públicas dos países mediterrânicos da União Europeia atingidas pela crise apanharam todas um banho de água fria, quanto ao que era o verdadeiro significado da solidariedade europeia, que anteriormente tanto lhes fora impingida nos comunicados de sucessivas cimeiras europeias precedentes. Desses tempos resultaram como símbolos desse espírito, por um lado a praça Sintagma em Atenas como local de protesto, e, como protagonistas maiores dessa solidariedade europeia do cada um por si, a dupla do alemão Schäuble com o holandês Dijsselbloem (foto abaixo, para quem já se tenha esquecido daquelas duas carinhas larocas...). Agora, a propósito da redistribuição da escassez de gás natural, como consequência da invasão russa da Ucrânia, e como se percebe pelas rejeições do plano de solidariedade de Bruxelas, estaremos a assistir a uma devolução descomplexada dessa solidariedade que as opiniões públicas do Sul assumiram que não existe. Será altura de os alemães apanharem, por sua vez, o seu banho de realidade, um banho não apenas metafórica mas realmente frio, já que o problema incide sobre a falta de gás para os seus esquentadores. No fim disto tudo e muito relutantemente, nós ajudá-los-emos, mas os alemães têm que ouvir-nos dizer-lhes que eles não podem viver acima das suas disponibilidades energéticas.
Nunca os poderosos que comandam essas nações se importaram com o Bem está das populações das outras nações da Europa, agora na hora da crise isso fica super exposto
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