6 de Julho de 1922. O destaque das notícias desse dia ia para o grandioso acolhimento que os aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral haviam recebido na cidade de São Paulo. Pormenor adicional, que era noticiado um pouco mais abaixo, eclodira uma tentativa de golpe de Estado no Rio de Janeiro, que era então a capital brasileira. A revolta fora sufocada, embora tivesse sido preciso - e isso a notícia já não dizia - bombardear o forte de Copacabana para expulsar os insurrectos. Um século depois foi precisamente essa mesma Copacabana, no Rio de Janeiro, que assistiu à banhoca de praia de Marcelo devidamente acompanhado do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva (que isto dos banhos de praia é uma actividade muito cultural!). Se a dupla festivaleira era essa (por analogia à dupla dos dois aviadores), a questão protocolar do cancelamento do almoço na longínqua Brasília com o presidente brasileiro afigurou-se-me um assunto tão colateral para as notícias portuguesas, quanto o foi a intentona de há cem anos.
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