05 julho 2022

UMA INDEPENDÊNCIA SEM CERIMÓNIAS

5 de Julho de 1962 e terminando um ciclo de evocações associadas aos acontecimentos que conduziram à independência da Argélia, refira-se, à despedida, como essa independência se fez sem quaisquer cerimónias. Como se lê na notícia acima, Christian Fouchet, que fora nos últimos três meses e meio o alto-comissário francês na Argélia, apanhou o avião e foi-se embora. Por norma, como relembrámos aqui muito recentemente em relação aos britânicos ao sair de Hong-Kong, as potências coloniais faziam questão de partir em estilo. Contudo, houve outras vezes em que as circunstâncias políticas e também militares não permitiram nem recomendavam grandes cerimónias. Aconteceu a Portugal no caso angolano, a 11 de Novembro de 1975. Já havia acontecido aos britânicos no Iémen em 30 de Novembro de 1967. E, como se comprova acima, houvera este caso inicial dos franceses na Argélia em Julho de 1962. A grande diferença será que, tanto franceses e ingleses serão excelentes a abafar estes episódios - se não os apontarmos, como aqui estamos a fazer, nem se dá por eles. Entre nós, pelo contrário, parece ser virtude denunciá-los quando acontecem connosco. O caricato é quando a crítica é ainda rematada pelo desabafo: «Só neste país...»

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