O senhor da imagem chama-se Adalberto Campos Fernandes e apanhámo-lo a dizer ontem na CNN que o relatório sobre o impacto da covid-19 diz aquilo que todos já sabíamos. Mas, como é um comentador diz o mesmo com um vocabulário mais rebuscado - intuímos. O que não é do domínio da intuição, antes uma constatação de factos, é que Adalberto Campos Fernandes já foi ministro da Saúde. Aliás, foi o antecessor imediato da actual titular, Marta Temido. Mas foi um ministro que não levou o seu mandato até ao fim. De acordo com as notícias publicadas na época, terá sido mesmo ele a pedir para abandonar o cargo. Visto de fora, e até melhor explicação, parece-me uma admissão evidente de um fracasso politico - a frustração de não conseguir implementar aquilo que se propusera. Como de resto, já ouvi comentar em surdina de outros sítios por onde passou... Alguém que impressiona a falar mas que não tem resultados (aos 63 anos, já os devia ter alcançado). Enfim, para o que interessa, Adalberto Campos Fernandes teria adquirido um outro respeito se tivesse sido consequente e se tivesse mantido calado, pelo menos durante o tempo em que a sua sucessora imediata permanecesse no cargo. Mas não. Todos intuímos que há aquelas pessoas que não sabem fazer a distinção saudável entre implementar políticas e alcançar resultados e, por outro lado, dizer coisas sem apresentar qualquer ideia de como as concretizar*. Essa é uma intuição útil, para não prestarmos atenção ao que Adalberto Campos Fernandes tenha para dizer. Ele há outras intuições: na CNN têm que encher o tempo com algumas opiniões, nem sempre e não propriamente as melhores opiniões, apenas as dos opinadores que estiverem disponíveis.
* Citando Adalberto Campos Fernandes: «- ... é por isso importante, como tenho dito, convocar todas as forças políticas, todos os actores, para que nós encontremos uma resposta muito intensa, muito rápida,...» - um canónico "traque na casa de banho".
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