26 julho 2022

A CONFERÊNCIA DE GUAYAQUIL

26 de Julho de 1822. Os dois líderes dos movimentos militares que promoviam a emancipação das várias colónias espanholas da  América do Sul encontram-se na cidade - hoje equatoriana - de Guayaquil. De um lado Simón Bolívar, então com 39 anos, representava as possessões do Norte (mormente a Colômbia e a Venezuela de onde era originário), enquanto José de San Martín, com 44/45 anos, nascera em regiões que viriam a constituir a Argentina, mesmo junto à fronteira que viria a existir com o Uruguai, e representava o Sul das extensíssimas possessões espanholas do continente sul-americano. No total, Norte e Sul perfaziam cerca de 9 milhões de km²! E no entanto, esta conferência vai perpetuar-se na História apenas pelo seu significado simbólico, já que as consequências políticas do encontro vão ser nulas. Aquele potencial colosso imperial, em contraste com o que viria a acontecer com a América do Sul portuguesa que, com 8,5 milhões de km² viria a transformar-se num só país, o Brasil, o enorme conjunto colonial espanhol viria a cindir-se em 10 países! Por detrás da animosidade comum contra as autoridades coloniais espanholas e a vontade de as substituir, havia muito pouca confluência de vontades, estilos, métodos e ambições entre Bolívar e San Martín. É, mais uma vez, apenas simbólico, mas a comparação entre os brindes formulados pelos dois homens por ocasião do banquete que assinalou o encontro, diz-nos muito como seria difícil compatibilizar as correntes que representavam: saudava Bolívar: «Aos dois maiores homens da América do Sul: o general San Martin e eu!»; e retribuía San Martín: «À conclusão rápida da guerra, à organização das diferentes repúblicas do continente e à saúde do libertador da Colômbia!». É muito possível que esta última história seja apócrifa, mas os factos futuros vieram demonstrar que nunca os dois homens vieram a cooperar entre eles de forma construtiva.

1 comentário:

  1. O teritorio da América portuguesa só se manteve unido devido a ida da família real portuguesa ao Brasil é a criação posterior do Ramo 💐 Brasileiro da Família Bragança.

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