Recapitulemos: a 17 de Junho (já lá vão algumas semanas...), o primeiro ministro, pressionado pelo problema dos fechos das urgências de ginecologia e obstetrícia e em declarações à (sempre simpática) agência Lusa, mantinha a confiança na ministra Marta Temido e garantia a resolução de «parte dos problemas» do SNS para a segunda feira seguinte (acima). Entre as medidas que haviam sido anunciadas dois dias antes pela ministra, e que constituiriam nesta versão bombástica de António Costa a resolução de parte dos problemas do SNS destacava-se «a revisão das remunerações dos médicos, designadamente dos profissionais em serviço de urgência em todos os sectores e não só no de ginecologia e obstetrícia, que tem sido o mais afectado.» A ministra até fora citada dizendo: “Somos sensíveis à necessidade de investir na valorização dos nossos profissionais, é o compromisso que assumimos”, e anunciara uma reunião com os sindicatos para preparar “um projecto de diploma” nesta matéria. Pois bem, querem saber quando é que o referido diploma entrou em vigor? Hoje. (26 de Julho) Ou seja, ocorre quase seis semanas depois das manifestações de sensibilidade da ministra Marta Temido e cinco semanas depois da hipotética segunda feira salvífica do SNS do primeiro-ministro António Costa... Nessas semanas e quanto ao problema das urgências, a aparência é que está tudo na mesma e que a aposta governamental que a pressão aliviasse porque a comunicação social se passaria a entreter com os fogos de Verão, essa aposta não terá resultado. Se ele quer viver a mesma realidade dos compatriotas e para além de admitir pagar as contas de supermercado, António Costa tem que admitir conhecer (e responsabilizar-se pel)a dinâmica do aparelho do Estado que dirige, para não estar a anunciar para o dia seguinte soluções urgentes que depois demoram semanas, senão mesmo meses, a concretizar-se. Erros desses eu desculparia a um primeiro ministro maçarico. Mas ele está lá há quase sete anos! E eu e Portugal precisamos de um primeiro ministro que resolva problemas, não que se limite a anunciá-los resolvidos quando todos (os envolvidos) sabemos que o não estão!
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