26 de Julho de 1952. Morte de Eva Perón. Se o peronismo já é um fenómeno sociológico demasiado complexo para poder ser explicado sumariamente nas poucas linhas de um poste, muito mais complicado seria sintetizar onde é que cabe nele a figura de Eva Perón, a esposa do presidente que foi ao mesmo tempo a personificação das preocupações sociais de um regime que, em termos europeus, se aproximaria do que havia sido o fascismo. Após a Segunda Guerra Mundial, o fascismo desaparecera na Europa, mas subsistia pujante, e demonstrando preocupações sociais na América do Sul. Mas o mito de Eva Perón sustentar-se-á até hoje sobretudo pela sua brevidade - meia dúzia de anos (1946-52). Morta aos 33 anos, Eva foi uma estrela do firmamento político argentino que não chegou a fenecer, no mesmo estilo de uma estrela de Hollywood quase contemporânea como James Dean. Mas o passado pode ser mesmo uma realidade paralela: ouvir Evita a discursar ao fim de 70 anos, pode ser um exercício confrangedor, tal o exagero primário dos seus discursos (abaixo). Como é que milhões se puderam encantar com tal primarismo?
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