03 abril 2024

"Pai, sou ministra!" - O DESCARAMENTO ILIMITADO DE JOSÉ MIGUEL JÚDICE

Comecemos por recordar o episódio, já com mais de trinta anos, em que Manuel Dias Loureiro se celebrizou pelo telefonema que fez ao pai, anunciando-lhe que se tornara ministro. O episódio era de uma rusticidade enternecedora, própria de uma família de Aguiar da Beira. Ontem, passando quase desapercebido (ver abaixo), tivemos direito a uma reedição do século XXI, mas para meninas: a nova ministra da Justiça compareceu à tomada de posse fazendo-se acompanhar pelo... pai. Continua a ser enternecedor e apercebemo-nos que a rusticidade também dá nas melhores famílias... O que eu ainda não me apercebi foi de ecos do episódio de ontem a ser gozado como aconteceu em Julho de 1989 com o então deslumbrado ministro dos Assuntos Parlamentares. As melhores famílias desenvolveram um tão completo sentido de impunidade nos tempos que correm que o pai da filha ministra até teve o descaramento de aparecer nesse mesmo dia (ontem), depois da tomada de posse da filha, a «analisa(r) os primeiros dias do governo» de que a filha faz parte no seu programa de televisão... Não vi, não quero ver, não faz sentido sequer ver o programa, mas aposto que José Miguel Júdice não deve ter dito mal do governo... E o que é estranho é que não dei por ninguém que tivesse apontado enfaticamente o absurdo descarado de toda esta situação.

Citando o próprio José Miguel Júdice, no seu próprio estilo «arrasador», só que voltando-se agora contra si mesmo: «Se isto não é conflito de interesses, (então) o que é?»

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