3 de Abril de 1964. Num artigo publicado no oficialíssimo Pravda, órgão central do Partido Comunista da União Soviética, artigo esse que aparecera assinado por aquele que era o oficialíssimo ideólogo do partido, o camarada Mikhail Suslov, o Mundo ficava a saber que os camaradas Vyacheslav Molotov, Geórgiy Malenkov e Lazar Kaganovich haviam sido expulsos do partido por ocasião de uma reunião do Comité Central que tivera lugar mais de um mês antes, a 14 de Fevereiro de 1964. Hoje esquecidos, qualquer daqueles três homens pertencera ao círculo que rodeava o ditador Estaline e fora elemento importante na disputa para a sua sucessão depois da sua morte em 1953. (Em parêntesis, confirme-se no vídeo abaixo que todos os três aparecem como personagens destacadas no filme comédia negra A Morte de Estaline de 2017). Mas Estaline morrera onze anos antes e o vencedor da disputa que se seguira fora Nikita Khrushchev. Como o próprio artigo do New York Times se encarrega de recordar os seus leitores, eles já haviam sido afastados dos cargos cimeiros do partido a partir de 1955 e desterrados administrativamente para cargos subalternos em localidades esconsas da imensa Rússia. Mas, pelos vistos, o que se ficava a saber há sessenta anos é que essa sanção não fora considerada suficiente.
Compare-se agora a mesma notícia original quando publicada num jornal português, em que a referência às expulsões não pôde ser referida. Isto é um exemplo concreto da diferença entre uma informação livre e outra tutelada.
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