Já se antevia este desfecho, mas a cena é pior do que eu esperava: quando o antigo secretário de Estado desce ao nível do jogo do dize tu, digo eu com (aquela que se presume já não ser) a sua secretária pessoal, ele perde ainda mais do que a dignidade de ter sido ele a ter metido a cunha do tratamento das gémeas pelo filho do presidente. Se a sua antiga secretária pessoal andava a agir por iniciativa própria, pedindo emprestada o prestígio e a autoridade da função nas suas costas e sem ele saber de nada, então Lacerda Sales ainda devia ter mais vergonha, porque está a admitir ter sido um completo palhaço na função... Que cena deplorável!
Adenda do dia seguinte: Ao contrário do que se deduziria daquilo que apareceu noticiado, não foi o relatório original da investigação «ao caso das gémeas tratadas no Hospital de Santa Maria» que foi tornado público, mas antes uma "Nota à Comunicação Social" a respeito daquele assunto. Acontece que a colunista do Público Susana Peralta acabou por ter acesso a esse original e deu-se ao curioso trabalho de comparar expressões que aparecem repetidamente mencionadas no relatório mas que são omitidas de todo na nota para a comunicação social:
Creio que há quem dê a alcunha a esta acção de depuração do conteúdo que é inconveniente de pasteurização da notícia. E não deixa de ser significativo do que esperar da classe jornalística que seja uma colunista e não um jornalista a chamar a atenção para o truque. Já se percebera que o enforcado deste caso vai ser Lacerda Sales. (E está a estrebuchar com uma enorme falta de dignidade...) Mas o que se depreende desta manobra é que se está a fazer um enorme esforço para que ele seja o único.
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