Entrando no domínio da análise dos cenários possíveis, se eu já tiver lido o artigo original da revista The Economist em que Teresa de Sousa se pendura hoje para escrever o seu no Público, então tudo aquilo que ela escreve é uma insuportável repetição de ideias alheias a que há que adicionar, ainda para chatear mais, um exercício escusado de name dropping: «Timothy Garton Ash, o historiador de Oxford que tem estudado a Europa como poucos...». Se o artigo é supérfluo, então este último requinte petulante era completamente dispensável... Para uma apreciável percentagem de leitores que se interessam a sério por estes assuntos, onde me incluo, estamos diante de um exercício gratuito de Teresa de Sousa que pediu umas ideias emprestadas para preencher uma página inteira de um jornal. Já tinham lido o original... Depois há uma outra apreciável percentagem de leitores do Público que não se interessam substancialmente por estes assuntos, aqueles para quem a visão de uma página inteira dedicada a este tema da hipotética vitória de Putin na Ucrânia não cativará a leitura. O que restará na intersecção destes dois grupos é um tipo de leitor que, um dos comentadores do artigo de Teresa de Sousa compara, com muita felicidade, com os leitores clássicos das Selecções do Reader's Digest, uma revista octogenária composta de condensações traduzidas de artigos norte-americanos de tendência conservadora (abaixo). Já teve os seus dias, agora o principio está obsoleto, porque uma maioria dos potenciais leitores consegue aceder aos artigos originais e tem capacidade de os ler. Ao ler este artigo de Teresa de Sousa, e fazendo minhas as palavras do comentador a que me referi mais acima «sinto-me como se estivesse a ler as Selecções do Reader's Digest» e eu acrescento, sinto-me a ser tratado como um leitor típico daquela revista, o que está longe de ser um elogio. Teresa de Sousa que se aplique!
Aliás, só para chatear e contraditar aquilo que a Teresa de Sousa escolheu transcrever, a mesma edição da The Economist contém um artigo de opinião de um especialista chinês (este não terá estudado a Europa como poucos, porque é chinês...), artigo esse em que a ideia prevalecente é que os problemas mais graves do conflito se colocam à Rússia, não à Ucrânia. Recorde-se que as maiores críticas à orientação ideológica das Selecções sempre estiveram no critério da sua escolha dirigida dos artigos que publicavam...
Lavoura, já te topei, mesmo com este teu novo disfarce de "balio". E também te vou bloquear os comentários com este teu novo "nickname"!
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