Praga, 16 de Abril de 1949. Como dá conta a notícia do New York Times, Antonin Zapotocky pela Checoslováquia (à esquerda) e Istvan Dobi pela Hungria (à direita) assinavam naquela cidade um daqueles tradicionais tratados de amizade e cooperação que os países comunistas costumavam assinar entre si durante o período da Guerra Fria. Como o jornal americano fazia questão de frisar, este era o vigésimo primeiro e último tratado de uma rede de tratados do mesmo género que interligavam entre si a União Soviética e os seis países - o jornal empregava a expressão "democracias populares" entre aspas - do Leste da Europa. De fora, ficara apenas a Albânia e a Finlândia, concluía-se no jornal. Na Primavera de 1949 e ao mesmo tempo da constituição da NATO, aquele que costuma ser denominado por Bloco Leste - a esfera de influência russa até ao centro da Europa - estava tão formalmente definido quanto o seu rival ocidental. O exercício argumentativo a que os comunistas muito tempo se dedicaram a invocar depois disso, que o Pacto de Varsóvia só havia surgido seis anos depois da NATO, é apenas isso: um exercício argumentativo. Como se percebe aqui, os blocos já estavam claramente formados em 1949: a constituição do Pacto de Varsóvia em Maio de 1955 é apenas a criação de uma organização militar simétrica à NATO.
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