(Republicação a propósito do cinquentenário)
O rebranding que fora promovido em 1969 sob Marcello Caetano nunca funcionara: a antiga Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE) mudara o seu nome para Direcção Geral de Segurança (DGS), mas a manutenção de tudo o resto, competências, estrutura, director (major Silva Pais) fizera com que, a justo título, a instituição e os seus agentes continuassem a ser designados pelo nome de sempre: a PIDE, um pide. Na fotografia é um deles que é preso por quatro soldados diante de uma assistência de outros tantos populares que parecem assistir, não da bancada mas do peão, à Revolução que se desenrola a 25 de Abril. A roupa a secar numa varanda e meio anúncio luminoso de uma loja de Gazcidla (o gás engarrafado consumido pelas classes baixas) confirmam o retoque popular da imagem.
É mais fácil pronunciar "pide" do que "dgs".
ResponderEliminarNão sabia que as marcas de gás engarrafado se distinguissem consoante as classes sociais a que se dirigem.
Se não sabia, também não foi por aqui que ficou a saber...
ResponderEliminarCurioso, não conhecia esta imagem, bastante menos divulgada do que a do outro "Pide" com as calças caídas no Chiado.
ResponderEliminarA despropósito, quanto ao gás, as minhas memórias retêm que o Cidla era o gás de bilha genericamente consumido em todos os locais onde não havia gás canalizado, os quais ao tempo, com excepção de Lisboa e arredores, perfaziam todo o resto do país. Na verdade, recordo-me bem de que constituía um ritual de início de férias, todos os anos assim que chegava à localidade do litoral alentejano onde veraneava, ir com o meu pai buscar duas ou três bilhas de gás à loja do "Gazcidla".
Precisamente.
ResponderEliminarO gás canalizado era um privilégio não só urbano como reservado às habitações que tinham instalações próprias para o receber. Em Lisboa lembro-me que o distribuidor era a CRGE (Companhias Reunidas de Gás e Electricidade).