08 novembro 2023

O ESPLENDOR DA KREMLINOLOGIA

8 de Novembro de 1983. Na verdade, o problema revelara-se no dia anterior, quando as cerimónias do 66º aniversário da revolução soviética não haviam contado com a presença do «número um» do regime, Yuri Andropov, uma ausência sem «precedentes na história da» União Soviética. Uma ausência que, de tão significativa*, esvaziara totalmente a importância noticiosa das próprias comemorações (leia-se acima). A (falta de) saúde do secretário-geral Andropov passara para primeiro plano da curiosidade mediática ocidental, já que ainda não se passara um ano completo sequer desde o falecimento do antecessor de Yuri Andropov, Leonid Brejnev. No dia seguinte (a 8 de Novembro, há precisamente 40 anos, leia-se abaixo), tentava-se então rectificar a situação, soprando uma notícia ao correspondente moscovita da agência EFE (espanhola), dando conta de uma doença renal de que padeceria Andropov. O artigo não se esquecia de ir buscar um comentário ao filho de Andropov, casualmente em Helsínquia na Finlândia, a quem a atribuíam o comentário que «o estado de saúde de seu pai não é(ra) mau». Pois. Andropov morreria dali a três meses...

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