Considero Ridley Scott um excelente realizador, mas de ficção científica. Quanto o tema é história, ele continua a ficcionar e o resultado, em termos de rigor histórico, é uma desgraça. Como Gladiador se passa no século II, poucos se aperceberam de todos os anacronismos que aquele filme continha. Mas agora, com Napoleão, que se passa já no século XIX, parece haver muitos mais a aperceberem-se das liberdades tomadas pelo realizador e de como elas estragam a verosimilhança da história, nomeadamente para quem já a conhece de antemão. Na foto acima temos os actores Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby que interpretam os papéis principais de Napoleão e Josefina. Phoenix tem mais 14 anos que Kirby e a diferença nota-se. Contudo, historicamente e na realidade, era Josefina que era 6 anos mais velha que Napoleão*. Em conjunto, são 20 anos de discrepância etária. A notarem-se as rugas de expressão na foto acima, seriam as dela e não as dele. E para quem saiba isto, lá se vai a ilusão. Mas o segredo parece ser que se fale do filme - nem que ele seja uma merda quanto ao rigor histórico. O Gladiador era-o mas foi um sucesso de bilheteira.
* E não 10 anos como escreve, de forma descuidadamente ignorante, a jornalista Cláudia Sérgio na revista Visão. Há uma boa biografia recentemente traduzida de Napoleão, pelo preço de 3 bilhetes de cinema.
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