(Republicação)
A propósito de títulos disparatados nos jornais, talvez o mais famoso título nessa categoria tenha sido aquele que foi publicado na sequência das eleições presidenciais norte-americanas de 1948, eleições em que se enfrentaram o candidato republicano Thomas Dewey (acima no jornal empunhado pelo marido) e o presidente democrata Harry Truman (no jornal da esposa). Onde, ao contrário do que aquele quadro/fotografia de Norman Rockell possa sugerir, antes das eleições não havia grande controvérsia quanto ao vencedor: Dewey. Pelo menos se contarmos, numa época em que as sondagens eram ainda muito incipientes, com a opinião de 50 jornalistas políticos que a revista Newsweek consultou: os 50 achavam unânimes que Dewey venceria – se calhar, seriam também os primórdios da tudologia…
Mas havia outros cientistas que também manifestavam opinião coincidente, como era o caso do cartonista Clifford Berryman que assinava o desenho acima, com os dois candidatos a observarem um placard com previsões unanimemente favoráveis a Thomas Dewey e com este a perguntar se valeria a pena ainda ir a eleições. Na véspera das eleições, a Gallup dava-lhe uma vantagem de cinco pontos percentuais. Na noite das eleições – recorde-se que o escrutínio ainda era manual e os resultados iam chegando ao longo da madrugada e manhã do dia seguinte – Harry Truman foi para a cama vencido, mas acordou vencedor no dia seguinte por mais de dois milhões de votos. No meio dos festejos, alguém lhe deu então uma edição do Chicago Tribune, cujos jornalistas também deviam ter querido ir deitar-se mais cedo…
A fotografia do vitorioso Harry Truman, tirada a 4 de Novembro de 1948, um dia e meio depois dessa noite mágica, empunhando o jornal que anuncia a sua derrota, tornou-se uma fotografia icónica mas também deveria ter sido um alerta permanente para a prática de um certo tipo de jornalismo...
Mas havia outros cientistas que também manifestavam opinião coincidente, como era o caso do cartonista Clifford Berryman que assinava o desenho acima, com os dois candidatos a observarem um placard com previsões unanimemente favoráveis a Thomas Dewey e com este a perguntar se valeria a pena ainda ir a eleições. Na véspera das eleições, a Gallup dava-lhe uma vantagem de cinco pontos percentuais. Na noite das eleições – recorde-se que o escrutínio ainda era manual e os resultados iam chegando ao longo da madrugada e manhã do dia seguinte – Harry Truman foi para a cama vencido, mas acordou vencedor no dia seguinte por mais de dois milhões de votos. No meio dos festejos, alguém lhe deu então uma edição do Chicago Tribune, cujos jornalistas também deviam ter querido ir deitar-se mais cedo…
A fotografia do vitorioso Harry Truman, tirada a 4 de Novembro de 1948, um dia e meio depois dessa noite mágica, empunhando o jornal que anuncia a sua derrota, tornou-se uma fotografia icónica mas também deveria ter sido um alerta permanente para a prática de um certo tipo de jornalismo...
Sem comentários:
Enviar um comentário