Os destaques mediáticos vão todos para a demissão mais recente de João Galamba mas, como se percebe pelo comunicado acima, no comunicado que exonera o ex-ministro das Infra-estruturas, o presidente anuncia outra demissão simultânea no governo. Pedro Miguel Ferreira Jorge Cilínio era secretário de Estado da Economia, e tornou-se mais um a abandonar o executivo. A fórmula adoptada para o explicar foi também um opaco "a seu pedido". Recorde-se que Pedro Cilínio tornara-se secretário de Estado da Economia há menos de um ano. Fora escolhido para ser o sucessor de João Neves, que entrara em confronto de ideias com António Costa Silva, o ministro da Economia, por causa da descida do IRC, numa remodelação que incluíra também o outro titular de outra secretaria de Estado sob a alçada do mesmo ministro. Essa remodelação simultânea prestara-se a alguns comentários em surdina sobre a capacidade de liderança de António Costa Silva ou o seu discernimento sobre as escolhas a respeito daqueles de que se rodeia. A saída do governo de Pedro Cilínio surpreende porque, ao que se sabe, não se reveste dos contornos dos vários outros casos que abalaram o governo. Do Ministério da Economia indicou-se apenas que esta demissão nada tem a ver com os “temas que têm vindo a público nos últimos dias”. A fórmula "a seu pedido" é tão abrangente que nada esclarece se o motivo terá sido pessoal, profissional ou outro. Mas, fosse a conjuntura outra, e estivesse o palco mediático mais desimpedido, o episódio estaria a ser detonador de alargadas especulações sobre a (in)capacidade de António Costa Silva fazer-se respeitar pelas suas chefias adjuntas.
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