14 de Novembro de 1973. Com uma impressionante cobertura mediática para a época - a BBC cobriu a cerimónia em directo para uma audiência potencial estimada em 500 milhões de telespectadores - casava-se a princesa Ana, a única filha da rainha Isabel II. As imagens da televisão, por uma primeira vez a cores, eram apenas o corolário de uma das mais gigantescas operações mediáticas até então, no que era uma concessão ao voyeurismo. A noiva não estava na linha directa de sucessão ao trono e já passara o tempo em que os casamentos de princesas serviam para forjar alianças entre potências e dinastias. Não era esse o caso já que o noivo era até um plebeu. Só o tremendo aparato montado pela comunicação social à sua volta é que justificaria o epíteto de «casamento do século». E eu tenho saudades desse tempo em que tinha a ingenuidade de acreditar no epíteto, sem sequer ter a percepção que aquele século caminhava para já o seu último quarto e que em matéria de casamentos daquele estilo, já houvera muita coisa nos 73 anos precedentes...
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