12 de Novembro de 1943. Apostando em que as atenções do resto do mundo estivessem concentradas em outros acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, as autoridades coloniais francesas no Líbano, dirigidas pelo Delegado-Geral da França Livre no Levante, Jean Helleu, prenderam o presidente Béchara el-Khury, assim como o chefe do governo Riad al-Sulh e substituiram o primeiro pelo mais complacente Émile Eddé. Protestos violentos eclodem em todo o país (acima, à esquerda). Um governo “nacional” libanês de resistência foi formado nas montanhas, fora do alcance dos franceses, apoiado pelo presidente da Síria, Shukri al-Quatli, e foi feito um apelo aos britânicos para que interviessem (acima, à direita). Estes eram, de facto, a única potência com capacidade de intervenção naquela região. E, como era impossível a de Gaulle e ao Comité Francês de Libertação Nacional (CFLN - então sediado em Argel) que ele dirigia resistirem à coacção dos britânicos, foram obrigados a contemporizar e a enviar apressadamente para Beirute o anterior Delegado-Geral, o general George Catroux, para desautorizar Helleu e restaurar o status quo, pretendendo que aquela golpada não fora intencional. O CFLN reconheceu a independência libanesa mas a diplomacia francesa arranjou uma fórmula diplomática contorcida (uma habilidade universalmente reconhecida ao Quai d'Orsay...) para que a França mantivesse o controlo militar no Levante pelo menos até ao fim da guerra, condicionando o reconhecimento da independência plena dos dois países (Líbano e Síria) à assinatura de um tratado. Mas o dia 22 de Novembro de 1943 - a data em que Catroux assinou o acordo com el-Khury e al-Sulh - é o dia assinalado pelos libaneses para a sua independência.
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