(Republicação)
30 de Novembro de 1998. Assinatura do acordo de fusão das duas grandes petrolíferas Exxon e Mobil, de que resultaria a constituição da maior empresa mundial do ramo, a ExxonMobil. Apesar do acto, que veio naturalmente noticiado em toda a comunicação social nos dias seguintes, o processo de fusão demorou um ano a realizar-se, enquanto os dois parceiros aguardavam as concordâncias dos protagonistas políticos dos seus dois mercados principais, a União Europeia e os Estados Unidos. A data oficial da maior fusão à época e da criação da maior empresa internacional de petróleos, é, assim, a de 30 de Novembro de 1999, precisamente um ano depois da assinatura deste acordo. Não deixava de haver uma certa ironia no facto de, aproximando-se o final do século XX, se assistisse à reversão de um conjunto de leis (nos Estados Unidos denominaram-se leis antitrust) que, no princípio daquele mesmo século XX, haviam tido por objectivo domesticar os monopólios, os oligopólios e os abusos de posição dominante. Aliás, as duas empresas que se fundiam em 1999, eram o resultado da divisão da Standard Oil (da família Rockfeller), quando aquele colosso petrolífero fora forçado pelos tribunais a cindir-se em 34 empresas distintas em 1911. Há vinte e cinco anos, essas outras preocupações antigas pareciam não só esquecidas como despropositadas, a crença nas virtudes intrínsecas auto-regeneradoras de os mercados - e com que volúpia se pronunciava esta última palavra! - atingiam um zénite de ingenuidade ignorante.
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