Quando Jorge Almeida Fernandes resolveu principiar o seu texto de análise de hoje com a opinião que «Pela primeira vez as hipóteses de Marine Le Pen vencer as presidenciais francesas não são nulas.» (acima à esquerda) apeteceu-me dizer-lhe que ele nos podia ter já dito isso antes, nas eleições anteriores de Abril de 2017, que considerava que as hipóteses de Marine Le Pen eram então «nulas». Mas não disse. O que ele disse é que havia um «confronto entre a linha europeísta de Macron e o encerramento da França sobre si mesma, de Le Pen». Contudo, o que se descobre cinco anos passados é que, na sua opinião, este último «encerramento» não teria então hipótese alguma de vencer as eleições presidenciais francesas. E sendo assim, e por muito que ele escrevesse coisas avulsas a respeito, o desfecho de tais eleições estaria selado para Jorge Almeida Fernandes. Obviamente que isso teria estragado o efeito de captação da atenção que está sempre por detrás do que qualquer jornalista escreve. Mesmo em jornalismo de opinião, mesmo expresso por veteranos que se querem respeitados, como Jorge Almeida Fernandes, o jornalismo impõe-se à opinião. Ora, para além dos factos, quando estou interessado em opiniões, estou interessado nelas e não no fru-fru que se possa engendrar à volta dos assuntos.
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