2 de Abril de 1982. Há 40 anos os soldados argentinos realizavam o seu desembarque nas Malvinas, desencadeando uma guerra que começava logo pela designação do local pelo qual se combateria. Por isso mesmo, estes dois livros nunca me iludiram sobre qual a perspectiva que pretendiam dar do confronto. O que apenas dá mais valor a uma conclusão que contêm: que a guerra nasceu de erros de interpretação das duas partes (argentina e britânica) quanto às intenções recíprocas. Em Londres não se sentiu necessidade de, diplomaticamente, se ser suficientemente enfático para desencorajar esta jogada de Buenos Aires, e nesta última capital interpretou-se essa ausência de enfâse como uma previsível tolerância à política do facto consumado que se preparavam para desencadear. Nenhum dos dois equacionou o que era a política interna do futuro adversário e enganaram-se ambos: Galtieri e Thatcher. Não se esqueça que esta só se redimiu porque ganhou a guerra. Esclareça-se que, para além dos dois abaixo, existe uma verdadeira biblioteca de livros publicados sobre o conflito, tanto em castelhano como em inglês. Mas, de entre estes dois que li, talvez o de Martin Middlebrook seja o mais interessante pela sua tentativa de ver o conflito do lado que não foi o seu.
a guerra nasceu de erros de interpretação das duas partes quanto às intenções recíprocas
ResponderEliminarNão foi da mesma forma que nasceu a Primeira Guerra Mundial?
E não foi também da mesma forma que nasceu a primeira guerra do Iraque (em 1991)?
Lavoura, se conseguir perceber a diferença, está a confundir erros de interpretação com erros de avaliação. Mas suspeito que, para si, é tudo mais ou menos a mesma coisa.
EliminarEm Londres não se sentiu necessidade de, diplomaticamente, se ser suficientemente enfático para desencorajar esta jogada de Buenos Aires
ResponderEliminarE será que não se sentiu essa necessidade porque, no fundo, se desejava a guerra?
Veja-se que as guerras têm duas vantagens: permitem treinar, exibir e observar a eficácia de novo material militar, tecnologicamente inovador, e permitem consolidar o poder dos líderes políticos (pelo menos, dos vencedores). A guerra das Malvinas teve para a carreira política de Margaret Thatcher um resultado bastante positivo - e talvez previamente desejado por ela.
Ou não?
E será que não se sentiu essa necessidade porque, no fundo, se desejava a guerra?
ResponderEliminarVeja-se que as guerras têm duas vantagens:...
Assim, de repente, ocorreu-me uma desvantagem: morrem pessoas... Não sei se já tinha pensado nisso, Lavoura. Mesmo no seu caso, sou de opinião que não se devem matar pessoas só porque escrevem coisas muito estúpidas.