02 abril 2022

O INÍCIO DA GUERRA DAS MALVINAS

2 de Abril de 1982. Há 40 anos os soldados argentinos realizavam o seu desembarque nas Malvinas, desencadeando uma guerra que começava logo pela designação do local pelo qual se combateria. Por isso mesmo, estes dois livros nunca me iludiram sobre qual a perspectiva que pretendiam dar do confronto. O que apenas dá mais valor a uma conclusão que contêm: que a guerra nasceu de erros de interpretação das duas partes (argentina e britânica) quanto às intenções recíprocas. Em Londres não se sentiu necessidade de, diplomaticamente, se ser suficientemente enfático para desencorajar esta jogada de Buenos Aires, e nesta última capital interpretou-se essa ausência de enfâse como uma previsível tolerância à política do facto consumado que se preparavam para desencadear. Nenhum dos dois equacionou o que era a política interna do futuro adversário e enganaram-se ambos: Galtieri e Thatcher. Não se esqueça que esta só se redimiu porque ganhou a guerra. Esclareça-se que, para além dos dois abaixo, existe uma verdadeira biblioteca de livros publicados sobre o conflito, tanto em castelhano como em inglês. Mas, de entre estes dois que li, talvez o de Martin Middlebrook seja o mais interessante pela sua tentativa de ver o conflito do lado que não foi o seu.

4 comentários:

  1. a guerra nasceu de erros de interpretação das duas partes quanto às intenções recíprocas

    Não foi da mesma forma que nasceu a Primeira Guerra Mundial?

    E não foi também da mesma forma que nasceu a primeira guerra do Iraque (em 1991)?

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    1. Lavoura, se conseguir perceber a diferença, está a confundir erros de interpretação com erros de avaliação. Mas suspeito que, para si, é tudo mais ou menos a mesma coisa.

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  2. Em Londres não se sentiu necessidade de, diplomaticamente, se ser suficientemente enfático para desencorajar esta jogada de Buenos Aires

    E será que não se sentiu essa necessidade porque, no fundo, se desejava a guerra?

    Veja-se que as guerras têm duas vantagens: permitem treinar, exibir e observar a eficácia de novo material militar, tecnologicamente inovador, e permitem consolidar o poder dos líderes políticos (pelo menos, dos vencedores). A guerra das Malvinas teve para a carreira política de Margaret Thatcher um resultado bastante positivo - e talvez previamente desejado por ela.

    Ou não?

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  3. E será que não se sentiu essa necessidade porque, no fundo, se desejava a guerra?

    Veja-se que as guerras têm duas vantagens:...

    Assim, de repente, ocorreu-me uma desvantagem: morrem pessoas... Não sei se já tinha pensado nisso, Lavoura. Mesmo no seu caso, sou de opinião que não se devem matar pessoas só porque escrevem coisas muito estúpidas.



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