17 de Abril de 1922. Assinatura em Paris de um Pacto entre as duas facções monárquicas portuguesas, ambas pertencentes à casa de Bragança. A mais importante era protagonizada por D. Manuel II, o rei de Portugal entre 1908 e 1910, já que ele pertencia ao ramo da família que reinara em Portugal até à implantação da República em Outubro de 1910. O outro ramo da família Bragança, era encabeçado pelo jovem D. Duarte Nuno de 14 anos, um neto bastante tardio do último rei daquela facção, Miguel I que reinara em Portugal entre 1828 e 1834. O acordo envolvia cláusulas políticas bastante elaboradas que a notícia publicada no Diário de Lisboa dá conta, mas a explicação mais simples, a que perdurou para a história era bem mais prosaica. D. Manuel II contava então 32 anos e estava casado há oito anos e meio mas ainda não tivera nenhum filho. E não havia herdeiros próximos do seu lado da família: o seu pai e o seu único irmão (mais velho) haviam sido assassinados em 1908; o seu único tio paterno morrera em 1920, também sem descendência. Havia que procurar entre os ramos colaterais dos Braganças e os seus familiares mais próximos eram estes seus primos distantes, porém rivais, dos tempos da Guerra Civil (1832-34). E com a assinatura deste pacto, D. Manuel II acaba por endossar as pretensões ao trono do jovem D. Duarte, mas apenas na eventualidade de ele vir a morrer sem herdeiro, o que veio a acontecer em Julho de 1932. Por muito importante que fosse todas estas congeminações para a causa monárquica, a realidade é que nunca mais se pôs com seriedade a questão da restauração da monarquia em Portugal.
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