01 abril 2022

DE 18 MINUTOS PARA 8 HORAS DE SILÊNCIO, MAS SEM ESCANDALIZAR...

Um dos episódios mais famosos, mas também mais constrangedores, do Caso Watergate foi quando uma das gravações das conversas do presidente Nixon apareceu com um hiato de 18 minutos e meio que fora apagado... Avançou uma das secretárias a admitir que a responsabilidade fora sua, por inadvertência. Claro que ninguém acreditou, tanto mais que o trecho apagado correspondia a uma das conversas mais delicadas de Nixon com os seus assessores. Por delicadeza para com a senhora, ninguém a quis humilhar ainda mais com a investigação de quantas vezes já ocorrera o mesmo erro que ela admitira ter feito... Mas, mesmo sem isso, os 18 minutos e meio de silêncio foram considerados uma evidente prova de culpa. Que dizer então do hiato de 8 horas das comunicações da Casa Branca para os quais não se encontram registos? O dia, claro, é o de 6 de Janeiro de 2021, quando o edifício do Capitólio foi assaltado por uma turba de manifestantes que queria bloquear a cerimónia de proclamação dos resultados da eleição presidencial. É nestas ocasiões que, conhecendo as referências (no caso, a do caso Watergate), que se percebe o quanto é a opinião publicada que encena as reacções às notícias. Uma comissão parlamentar não consegue saber como é que o então presidente se comportou perante aquela situação única da História da América e nos media ninguém se parece incomodar por aí além?... E nem sequer consegue identificar quem terá perdido os registos das chamadas feitas da e para a Casa Branca nesse dia?...

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