Um dos episódios mais famosos, mas também mais constrangedores, do Caso Watergate foi quando uma das gravações das conversas do presidente Nixon apareceu com um hiato de 18 minutos e meio que fora apagado... Avançou uma das secretárias a admitir que a responsabilidade fora sua, por inadvertência. Claro que ninguém acreditou, tanto mais que o trecho apagado correspondia a uma das conversas mais delicadas de Nixon com os seus assessores. Por delicadeza para com a senhora, ninguém a quis humilhar ainda mais com a investigação de quantas vezes já ocorrera o mesmo erro que ela admitira ter feito... Mas, mesmo sem isso, os 18 minutos e meio de silêncio foram considerados uma evidente prova de culpa. Que dizer então do hiato de 8 horas das comunicações da Casa Branca para os quais não se encontram registos? O dia, claro, é o de 6 de Janeiro de 2021, quando o edifício do Capitólio foi assaltado por uma turba de manifestantes que queria bloquear a cerimónia de proclamação dos resultados da eleição presidencial. É nestas ocasiões que, conhecendo as referências (no caso, a do caso Watergate), que se percebe o quanto é a opinião publicada que encena as reacções às notícias. Uma comissão parlamentar não consegue saber como é que o então presidente se comportou perante aquela situação única da História da América e nos media ninguém se parece incomodar por aí além?... E nem sequer consegue identificar quem terá perdido os registos das chamadas feitas da e para a Casa Branca nesse dia?...
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