13 de Abril de 1932. «O governo alemão resolveu, finalmente, tomar a única atitude possível num regime de ordem...», lia-se no dia seguinte no Diário de Lisboa. De facto, o ministro alemão do Interior e da Defesa, Wilhelm Groener, com o apoio do chanceler do Reich, Heinrich Brüning, ordenara a proibição das organizações paramilitares nacional-socialistas, as SA e as SS (a primeira era então muito mais importante do que a segunda). Os dois estavam-se a aproveitar do momento político resultante da vitória nas eleições presidenciais de Paul von Hindenburg e a consequente derrota de Adolf Hitler. Só que, sabe-se hoje, esta resolução não contava com o apoio do presidente recém-reeleito. Apesar de ter assinado o decreto que lhe haviam posto à frente, Paul von Hindenburg irá manobrar para que o governo de Brüning fosse derrubado e que, para o cargo, fosse nomeado um chanceler mais conforme os seus desejos. Isso veio a acontecer em 1 de Junho de 1932 na pessoa (e no governo) de Franz von Papen. Desnecessário será acrescentar, já que se conhece a continuação desta História e das suas consequências, que o decreto de Groener foi logo anulado em 16 de Junho de 1932. Contudo, vale a pena dar realce a estes episódios para que se perceba que a ascensão do nazismo na Alemanha não se revestiu do carácter de inexorabilidade das narrativas simplistas mais populares de ouvir. Mesmo na direita tradicional alemã, houve quem se quisesse opor ao nazismo, e houve quem tivesse sido seu cúmplice.
na direita tradicional alemã, houve quem se quisesse opor ao nazismo, e houve quem tivesse sido seu cúmplice
ResponderEliminarPois.
O mesmo se passou na direita tradicional internacional. Não pouca gente foi cúmplice do nazismo.
E o mesmo acontece atualmente na direita tradicional dos países democráticos (incluindo Portugal) em relação aos partidos mais extremistas que vão aparecendo: muita gente quer opôr-se a eles, mas muita outra gente é sua cúmplice.