18 abril 2022

O «RAID» DO CORONEL DOOLITLLE

18 de Abril de 1942. A partir das 7H25 da manhã (hora local), 16 bombardeiros B-25 embarcados no porta-aviões norte-americano USS Hornet começam a descolar para a sua missão de bombardeamento de Tóquio e de mais outras três cidades japonesas. Trata-se de uma operação arriscada e que, por causa disso, pretende apanhar os japoneses de surpresa. O Hornet encontra-se a 800 milhas das costas japonesas e os aviões não têm autonomia para regressar. Em vez disso, e depois do bombardeamento, os B-25 continuarão o seu voo até ao interior da China, onde aterrarão em aeródromos das forças nacionalistas chinesas, mesmo no limiar das capacidades dos seus depósitos de combustível (veja-se o mapa abaixo). O raid é comandado pelo tenente-coronel James H. Doolittle de 45 anos e é composto por 80 tripulantes voluntários (5 por avião). Os aviões demoraram 6 horas até chegarem ao Japão, e cerca do meio dia (hora local) que os bombardeamentos começaram. Os danos pessoais cifraram-se em cerca de 50 mortos e 400 feridos e os danos materiais foram insignificantes, sobretudo se se tomar em consideração o que veio a acontecer posteriormente mas a surpresa táctica foi quase total - apenas um dos aviões foi atingido pela artilharia anti-aérea.
O voo dos bombardeiros prosseguiu por outras sete horas até à China, excepto um dos aviões que se preferiu encaminhar para a União Soviética por estar a consumir combustível em excesso. Foi o único dos 16 B-25 que chegou a aterrar numa base aérea do Extremo Oriente russo. Todos os outros ou realizaram uma aterragem forçada ou a sua tripulação saltou em para-quedas. No computo global, 69 membros do raid salvaram-se, 3 morreram e 8 foram capturados pelos japoneses, embora 4 destes últimos viessem a morrer até serem libertados em 1945. A missão terá sido militarmente insignificante, mas, do ponto de vista político e para a moral dos norte-americanos naquele preciso momento teve uma importância extrema. James Doollitle foi condecorado com a mais alta condecoração americana, promovido a oficial general (saltando duas patentes), foi transformado em suma num herói nacional.

4 comentários:

  1. os aviões não têm autonomia para regressar

    !!! Então eles demoraram 6 horas a atingir o Japão, e depois disso demoraram 7 horas até chegar à China, e não tinham a possibilidade de, somente em 6 horas, regressar ao porta-aviões de partida?
    Mesmo no mapa, vê-se claramente que os aeroportos chineses estavam mais longe do Japão do que o Hornet.

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    1. não lhe ocorreu que, durante essas primeiras seis horas, o USS Hornet voltou imediatamente para trás para não correr riscos suplementares de encontrar os porta-aviões japoneses?...

      Não, não me ocorreu.

      Se A. Teixeira tivesse logo explicado esse "pormaior" no seu texto, teria sido bom para a adequada compreensão por parte dos leitores.

      Mas prontos, vale mais tarde que nunca...

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    2. Lavoura, por acaso não lhe ocorreu que, durante essas primeiras seis horas, o USS Hornet voltou imediatamente para trás para não correr riscos suplementares de encontrar os porta-aviões japoneses?... Logo, o voo de retorno duraria mais do que as seis horas. E depois colocava-se a questão técnica da aterragem dos B-25 no convés do Hornet (que não expliquei no texto para não o tornar chato). Mas isso é um problema muito para além das capacidades dedutivas do Lavoura, que não consegue chegar sozinho ao facto de que num mapa de operações naval, os navios se «deslocam», não ficam no mesmo sítio como um bote de um pescador à pesca à linha...


      Com essa sua inteligência naval, o almirante Lavoura não se quer voluntariar para comandar o que resta da armada russa do Mar Negro? Os ucranianos agradeciam porque era da maneira que mandavam o resto dos navios ao fundo em pouco tempo...

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    3. Então, se não lhe ocorreu, é, como já insisti, porque o Lavoura é estúpido.

      E eu não escrevo para pessoas estúpidas como o Lavoura. Nem tenho paciência para escolher eufemismos para vos chamar aquilo que são. Se o Lavoura insiste em seguir o Herdeiro de Aécio, algumas virtudes lhe reconhecerá.

      Mas eu não me sinto obrigado a retribuir qualquer cumprimento: você, Lavoura, é muito estúpido.

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