«Oh tempo... Volta p'a trás... Traz-me tudo o que eu perdi...» O entrevistado abaixo vai fazer 52 anos em Dezembro e sempre me deu a impressão, em conjunto com as suas célebres promessas de "porrada" e com o recurso a uma ironia que aprecio, que era alguém com ambições políticas no PSD. Um percurso que eu tenho seguido com interesse. Afinal, por esta entrevista, parece que não. Ou então, se calhar ainda acha que é muito novo... e que o tempo - e o PSD - ainda pode(m) voltar para trás. Se me querem fazer acreditar que o retorno de Pedro Passos Coelho é a melhor solução que o PSD tem para oferecer, então o PSD não têm solução alguma.
Deixei de acreditar na doutrina António Mourão há 38 anos, quando foram chamar Otto Glória, a glória do Mundial de 66, para porem à frente da selecção nacional: o regresso ao passado terminou com um 5-0 da União Soviética (27 Abril 1983). Contudo e pior do que no futebol, Passos Coelho não foi nenhum Eusébio. Quanto a sebastianismos, porque as opiniões são avulsas e as memórias são curtas, apetece-me recordar a do companheiro de José Eduardo Martins que, há oito anos, dizia a Pedro Passos Coelho que «ele estava a enterrar o país». E eu até achava que ele tinha razão!, o anónimo militante da distrital do Porto do PSD, que esse, só dessa vez deu na televisão e nem chegou a ser entrevistado depois para os jornais...
Adenda: eu gostaria de receber uma bonificação cada vez que isto acontece. Um video permanece desinteressante e ignorado, como que esquecido, no Youtube durante anos. Alguém - neste caso eu - o recupera e lhe dá contexto e interesse e, pelos vistos, promoção. Não dura um mês até descobrirmos que foi entretanto apagado... Há casos em que posso atribuir o gesto ao desagrado do autor original em descobrir o seu video tratado informativamente ao contrário do que desejara. Mas aqui essa questão nem se põe, quem publicou o video não gostava mesmo da conduta do antigo 1º ministro, só resta mesmo o incómodo para um certa memória hagiográfica da passagem de Pedro Passos Coelho pelo poder... e estas coincidências.
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