26 de Agosto de 1931. Eclodia em Lisboa e nas regiões circundantes um pronunciamento militar contra a Ditadura. A coreografia foi a tradicional de todas estas revoltas: tropas de Metralhadoras 1, de Artilharia 3 e de Caçadores 7 saíram, acompanhadas de civis a quem haviam distribuído armas - daí a advertência explícita no cartaz acima. A elas se opuseram tropas de Infantaria 1, Cavalaria 2, Artilharia 1 e Caçadores 5, complementadas - sobretudo - por destacamentos da GNR, que foi o corpo que se destacou no domínio da revolta. E depois foram trocar tiros para locais que já se convencionara ser importante ocupar nestas ocasiões: a Rotunda, o Largo do Rato, etc. A novidade é que, desta vez, os insurrectos contavam com aviação. Porém, quando quiseram bombardear os seus objectivos, num forte em Almada, falharam-no e acabaram acertando em civis que estavam no largo contíguo, matando três.
Aliás, quando a revolta foi dominada - ao fim de 9 horas - e quando depois se procedeu ao apuramento do número e identificação das vítimas - 40 mortos e cerca de duas centenas de feridos - uma apreciável percentagem era composta por civis, tivessem eles participado directamente na revolta ou fossem apenas meros transeuntes que haviam sido apanhados pelos combates. Desta vez, a oficialidade que encabeçara o movimento virá a ser exilada, mas para mais longe do que era tradicional, desta vez foi para Timor, do outro lado do mundo. Sobretudo, o que se notava na opinião publicada, mesmo a que não era particularmente afecta à Ditadura como era o caso do Diário de Lisboa, era uma saturação («O país não quere (sic) mais revoluções») com todos esses revolucionários profissionais, que, mais do que oficiais, eram políticos que se haviam especializado em pronunciamentos militares, e que não queriam mudar de ramo.
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