24 de Agosto de 1931. É sabido quanto uma catástrofe só se reveste de toda a sua seriedade a partir do momento em que é noticiada e que depende também da forma como é noticiada. A influenciar este último aspecto, aquilo que de mau acontece aos outros é afectado pela proximidade que têm em relação a quem notícia e a quem lê. Permitam-me recordar um texto meu, comemorativo dos 75 anos de um grave acidente que, a 4 de Maio de 1943, aconteceu ao director do Diário de Lisboa, que superou tudo o que de trágico estava a acontecer nas frentes de combate da Segunda Guerra Mundial. Contudo, se esse episódio era ridículo, este que aqui pretendo evocar é igualmente ridículo, mas de um sinal infelizmente contrário. As três notícias que acima vemos, publicadas em páginas interiores, como se de um pormenor se tratasse, são tudo o que o mesmo Diário de Lisboa informou os seus leitores ao longo do mês de Agosto de 1931, enquanto decorriam aquelas que terão sido, provavelmente, as inundações mais mortíferas na China - estima-se hoje que essas inundações terão provocado 500 mil a 4 milhões de mortos. É pouco dizer que foi pouco...
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