Se (quase) todos ouviram falar da revolução russa e da criação do primeiro estado marxista-leninista do mundo, suspeito que nem na Soeiro Pereira Gomes conseguem indicar, como eu aqui o vou fazer, qual foi o segundo mais antigo estado marxista-leninista do mundo, já que do terceiro (a Mongólia), já aqui falei previamente. Trata-se da República Popular de Tuva, fundada a 14 de Agosto de 1921, que foi também conhecida pela designação de Tanu-Tuva, e que hoje completaria o seu centenário.
Situada em plena Sibéria, nas regiões fronteiriças com a Mongólia, Tuva perdeu entretanto a independência (1944) e é hoje uma República constituinte da Federação Russa. Trata-se de um território relativamente extenso (170.500 Km², o que representa o aproximadamente o dobro de Portugal) mas escassamente povoada (300.000 habitantes, cerca de metade da população da cidade de Lisboa).
Como destino, Tuva e a sua capital Quizil (que significa vermelho, no idioma local), têm tanto de remoto (ficam a mais de 5.000 Km de Moscovo), como de exótico, para aqueles que são os verdadeiros saudosos do marxismo-leninismo. Para além de várias referências históricas à proclamação de há 100 anos, existe em Quizil um monumento assinalando o centro geográfico da Ásia.
Como alerta ao turista mais desprevenido, refira-se que existe na população local uma alta taxa de infecção por sífilis. A causa para tal é atribuível a uma elevada promiscuidade sexual, decorrente da tradição cultural e religiosa dos tuvanos que estabelece que a mulher é tanto mais fértil quanto maior for o número de parceiros sexuais que ela tiver tido antes do casamento… Assunto menos picante, mas não menos interessante, são as canções folclóricas locais, que são interpretadas num estilo completamente distinto e muito próprio, designado por canto gutural e cuja explicação em que consistirá feita por escrito dificilmente será satisfatória - embora possa ser ouvido aqui. A solução que melhor concebo para dar uma ideia do que se trata, é o que poderia ser o estilo de João Malheiro se ele tivesse enveredado por uma carreira no music-hall...
Essa do João Malheiro é do suco da barbatana!
ResponderEliminarObrigado. O Malheiro é, de facto, uma personagem muito pitoresca do «nosso music-hall» futeboleiro, «music-hall» esse onde nem é preciso cantar.
ResponderEliminarA definição mais «assassina» da sua pessoa pertence a um seu colega de «profissão» que, certa vez, comentou em «off» (mas foi gravado): «O Malheiro? O Malheiro nem toma banho!»