O jornal Público mantém, desde há muitos anos a saudável prática de possuir um provedor do leitor. O actual é José Manuel Barata Feyo. É a ele que os leitores se dirigem quando pretendem questionar um qualquer aspecto da conduta do jornal. O tema deste fim de semana era a permanência de Rui Tavares como colunista regular do jornal, apesar da sua condição de candidato às próximas eleições autárquicas em Lisboa. A resposta de Manuel Carvalho, o director do Público, escuda-se naquilo que a lei define: a suspensão da colaboração de Rui Tavares só se torna imperativa durante o período de vigência da campanha eleitoral. Querendo mostrar-se mais "exigente", no Público antecipa-se esse prazo legal de 15 dias. O provedor aceitou placidamente esta resposta à situação concreta. Só que o problema para ele se põe de forma mais vasta e, nesse contexto, o «dos políticos no activo que também são colunistas regulares do Público» esse tópico não é novo nas páginas do jornal. Já fora abordado há sete meses e, na altura, o director do jornal comprometera-se «a analisar esta questão» - a das «colunas regulares de políticos no activo», descrita pelo próprio director nessa altura como «uma originalidade portuguesa» - a analisar a questão, prometia Manuel Carvalho, «com a profundidade e a sensibilidade que ela merece». A joelhada na virilha do director do Público é pregada num parágrafo curto: Barata Feyo continua a aguardar. A análise e as respectivas decisões. No entretanto, hoje, como todas as Terças-Feiras, um dos opinadores de serviço era Paulo Rangel, eurodeputado do PSD. Uma «originalidade portuguesa».
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