29 agosto 2021

CAMARADAS, AQUILO DO «SOCIALISMO REAL» DEU O «ESTOIRO»

29 de Agosto de 1991. O Comité Central do PCP publica uma extensa «resolução» tentando salvar o que fosse possível da ziguezaguiante conduta que os orgãos directivos do partido haviam adoptado durante a tentativa de golpe de Estado que ocorrera na União Soviética dez dias antes. Por uma vez, aquele que era considerado um dos partidos comunistas mais seguidistas do Ocidente e arredondara um texto onde se demarcara da ortodoxia canónica do centralismo democrático (a tal «primeira nota», que agora precisava «ser de novo analisada»...). Mas isso era apenas o aspecto superficial do problema. Descontando esses detalhes bizantinos do refraseamento ideológico, reinterpretando o que fora escrito para ser interpretado de maneira oposta, a verdade nua e crua é que em consequência do gesto dos conservadores do partido soviético, o imperialismo russo, que fora a causa que providenciara a força material do movimento comunista internacional durante décadas, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, mostrava-se agora nas vascas da agonia... e com ele a importância doméstica do PCP. Por coincidência e nesse mesmo dia, era anunciada a dissolução do partido comunista da União Soviética (PCUS).

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