30 dezembro 2020

...E ATÉ PODIA COMEÇAR A JUSTIFICAR O AUMENTO TRABALHANDO NO FERIADO DO PRIMEIRO DE JANEIRO...

Há que reconhecer que, em muitos casos, as nossas Redes Sociais se limitam a reflectir as idiossincrasias lusas, pujantes nas indignações, mas miseravelmente parcas nas soluções. A que se junta, como aconteceu com este episódio recente do aumento do ordenado de Miguel Frasquilho na TAP, uma propensão para esquecer e desaproveitar os exemplos do passado. Que, no caso, até teriam sido muito relevantes para encontrar uma solução para o problema ocorrido. O que era imprescindível, para satisfazer todos, Redes Sociais, Pedro Nuno Santos e Miguel Frasquilho (António Costa está de quarentena...), era recordar que, aqui há nove anos, o mesmo Miguel Frasquilho fora um dos proponentes e grandes entusiastas da redução dos feriados em Portugal. Como o próprio argumentava então, «a supressão de quatro feriados» por ano iria «produzir ganhos de até 148 milhões». 148 milhões que iriam servir para «produzir mais riqueza para conseguir(mos) mais rapidamente pagar o atoleiro de dívidas em que estamos» (veja-se acima). Pouco importará para o caso o que outros pensaram da ideia, a começar pelo actual presidente da República, que classificou «a abolição dos feriados» como das «coisas mais estúpidas» daquele governo... É que, neste caso, e em vez de andar a pregar para os outros, Miguel Frasquilho podia aplicar em si, e apenas em si, a tal solução de «produzir ganhos de até» 21.000 euros (1.500 x 14), para compensar o aumento salarial que está a causar toda aquela controvérsia. Em vez de abdicar do aumento, o que ele deveria fazer, em coerência com o que preconizou para a economia portuguesa num todo, era deixar de gozar os feriados, a começar logo por este do primeiro de Janeiro. Ou a TAP também não está num «atoleiro de dívidas»? Ou então, nada do que aqui escrevi faz sentido, porque entretanto Frasquilho se terá apercebido que a sua ideia da supressão dos feriados era mesmo estúpida, como a crismava Marcelo... sobretudo se aplicada a si próprio, Miguel Frasquilho.

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