27 dezembro 2020

OS FIASCOS COMPROVADOS DA ASTROLOGIA JORNALÍSTICA

27 de Dezembro de 1980. O aproximar do fim do ano é época consagrada para a costumeira treta das previsões astrológicas para o ano seguinte e este exemplo de há quarenta comprova a prática. Porque o assunto não tem préstimo jornalístico sem alguns factos bombásticos que despertem a atenção ao leitor, os daquele ano, previsões para 1981 portanto, previam logo as mortes do dirigente da União Soviética (Brejnev), daquele que viria a tomar posse desse cargo nos Estados Unidos (Reagan) e ainda de um dos mais badalados da comunicação social no ano que terminara, Khomeiny do Irão. Um fiasco em toda a linha: sabia-se que a saúde de Brejnev (74 anos) não era das melhores, mas ele iria durar até 1982; Reagan (69 anos) até virá a sofrer um atentado, mas sobreviver-lhe-á e durará oito anos no poder e quase dezasseis depois disso (2004); quanto a Khomeiny, o mais idoso dos três e já octogenário quando das previsões (80 anos), perdurará até 1989. A conjunção entre Júpiter e Saturno, que nos é dada como explicação para tal hecatombe de dirigentes políticos, repetiu-se há muito pouco tempo, e eu estou em pulgas para saber quantos é que vão morrer em 2021... Em contraste com tanta morte anunciada e não concretizada, numa passagem do texto pode ler-se que o ano que se iniciaria seria «difícil para o presidente egípcio Anwar Sadat», dificuldades que, em comparação com a mortandade supracitada, os acontecimentos posteriores transformaram num daqueles eufemismos excessivos... (Sadat morreu assassinado numa parada militar em 6 de Outubro de 1981)

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