01 dezembro 2020

UMA HISTÓRIA DO NUCLEAR BRITÂNICO

De todos os países possuidores de armamento nuclear, o Reino Unido será aquele em que as questões a ele respeitantes são mais transparentemente discutidas diante da sua opinião pública. Um dos aspectos únicos do nuclear britânico, mesmo em comparação com outras democracias nucleares (Estados Unidos, França, Índia, Israel), é o facto de os meios de dissuasão serem discutidos com os respectivos cifrões à frente - quanto custa dispor de armamento nuclear? Não deixa por isso de ser paradoxal que exista tão pouca coisa publicada a respeito do programa nuclear britânico, como este Britain and the bomb (muito menos do que, por exemplo, o misterioso e secretíssimo programa nuclear israelita, por exemplo). Centrado à volta da decisão de cancelar o programa de um aparelho de combate multifunções para a RAF em 1965 (TSR2), é preciso deixar claro que, como obra, não se trata de um grande livro. Contudo, ainda assim valeu a pena, porque, como escrevi acima, aborda um tema pouco aflorado em livro. E, por outro lado, porque, naquela perspectiva britânica pragmática de que tudo isto não passa de um adereço caríssimo, faz uma avaliação do armamento nuclear sempre associado aos denominados «vectores» (a aviação ou mísseis lançados de silos ou de submarinos), os instrumentos indispensáveis para lhe conferir capacidade de dissuasão.

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