28 dezembro 2020

TERRORISMO JUDEU

28 de Dezembro de 1945. De Jerusalém, então capital do Mandato que os britânicos exerciam sobre a Palestina, chegavam notícias do resultado de um conjunto de acções que haviam sido desencadeadas pelas organizações clandestinas judaicas armadas Irgun e Lehi. Haviam sido visadas a sede do CID (Criminal Investigation Department) em Jerusalém, a delegação da mesma organização na cidade portuária de Jafa e ainda o depósito em Telavive do Real Corpo de Engenharia Eléctrica e Mecânica. No global, as acções saldaram-se, entre as forças de segurança, por dez mortos (seis polícias britânicos e quatro soldados das tropas coloniais africanas) e ainda doze feridos; do outro lado, houve apenas um membro do Irgun morto. O estilo das operações fazia recordar, de alguma forma, as acções clandestinas da resistência na Europa ocupada durante a Segunda Guerra Mundial que terminara há meses. Mas as circunstâncias eram absolutamente outras: os soldados alemães podiam permitir-se responder com uma crueldade e violência que agora estavam vedadas aos britânicos. Não apenas porque o Reino Unido era uma democracia e a Alemanha não o era, mas também e sobretudo, porque retaliar contra judeus seria um desastre de relações públicas, quando os judeus haviam sido as grandes vítimas da Segunda Guerra Mundial. As autoridades britânicas limitaram-se a reagir com uma gigantesca operação de buscas em Jerusalém e Telavive e a imposição do recolher obrigatório naquelas cidades até dia 5 de Janeiro. A situação da segurança na Palestina era complexa e a situação de quem era responsável por ela não era nada invejável.

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